Pesquisar este blog

domingo, 30 de maio de 2010

Noite Quase Perfeita

Engraçado como as coisas acontecem. Eu, ele e uma infinidade de pessoas pulando, bebendo e dançando ao som de uma musica ensurdecedora. Eu só percebi que aquela festa não era o meu lugar quando cheguei lá. Pelo menos eu percebi sóbria. Talvez essa fosse a razão de eu não gostar de tumultos e suor e gente bêbada. Sim, adoro bêbados, mas não em grandes quantidades. É insuportável. E principalmente, eu o queria só, sem gente empurrando você para os cantos, achando que vão se lembrar no dia seguinte. E não vão, obviamente. Ou vão fingir que não lembram; muito mais cômodo.

Eu não queria estar lá, é fato. Mas ele estaria e por ele eu faço coisas que depois penso e chego à conclusão de que na verdade eram bem idiotas. Mas, por favor, não pense que eu estou reclamando. Reclamar é uma grande estupidez. Mas essa na verdade nem é a questão.

Foi realmente engraçado, sabe? Ele não sabia que eu estaria lá, seria mais uma festa regada a álcool e música alta. Mas eu precisava tanto dele que resolvi ligar. Nos encontramos depois de alguns minutos; foi a minha redenção. Estar perto dele tornava as coisas mais agradáveis, mesmo depois de tudo o que tinha acontecido horas antes com os meus pais. Mas isso não importa. Nada importa. Ficamos um tempo ali, ele, um amigo e eu. A sensação de “pseudoclaustrofobia” se instalando em cada centímetro do meu corpo, falta de ar e frio, muito frio. Porque estava tarde e a minha pequena roupa não estava ajudando muito. Ele e eu saímos para comprar cerveja em outro lugar. Seria bem melhor, menos fila, menos tudo. Felizmente encontramos outro amigo e fomos para o apartamento dele. E é aí que a minha noite quase perfeita começa.

Ficamos sozinhos na sala (momento de glória, finalmente), apoiados no para-peito da janela, sentindo a brisa suave e gelada que entrava. Ele fumava e eu observava a pouca movimentação da rua. Ele olhava para baixo, sensação de vertigem. E eu ignorando o mundo todo e pensando nele. Coloquei uma musica e nos sentamos no colchão estirado no chão, nossa cama improvisada. Ficamos abraçados; ele, acarinhando os meus cabelos, eu, totalmente sonolenta, mas extremamente feliz.

Já era tarde. Nos deitamos e ficamos em silêncio; a escuridão sempre me agradou, pelo menos no sentido literal da palavra. Mas naquele momento eu só conseguia sorrir, só por estar ao lado dele. Nos beijamos, e tudo parecia perfeito. Sua língua penetrando em meus lábios, nossos corpos se tocando de forma louca e frenética. Perfeito, não é?

Errado. Poderia ser perfeito. Poderia sim, acredite. Mas... Adrenalina a mil, sangue fervendo e ele lembra que não tem camisinha. Céus...! Entendeu agora? Entendeu o “quase” que vem na frente da minha noite perfeita? Eram quatros horas da manhã, nós estávamos sozinhos a horas e ele simplesmente esqueceu um item necessário: a maldita camisinha. Há. Chega a ser engraçado. Muito engraçado. Na verdade, o problema mesmo foi dormir depois, o sono já havia ido embora com o vento da madrugada.

Mas, mesmo sendo a minha noite quase perfeita, ele estava lá e isso seria o suficiente para mim.

Kayla Zyiad Tharän.

Nenhum comentário:

Postar um comentário